Professor da Ufam coordena exposição “Vapores da Borracha”, no Museu da Cidade a partir desta quarta, 29 de outubro
“A geografia da borracha composta pelos rios, cidades, portos e seringais, unidos pela Navegação Fluvial”. É dessa forma que se resume a exposição intitulada Vapores da Borracha – Memória em Movimento, coordenada pelo docente e pesquisador do Departamento de Geografia do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (IFCHS/Ufam) Ricardo José Batista Nogueira. A exposição inicia nesta quarta-feira, 29, às 9h30, e tem lugar do Museu da Cidade de Manaus, localizado no Paço Municipal – Rua Gabriel Salgado, Centro.
A mostra exibe 24 imagens de vapores antigos, além de mapas de rotas e de naufrágios. Grande parte dos vapores exibidos foram construídos na Escócia ou na Inglaterra para atender às empresas Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas, de propriedade do Visconde de Mauá; a Amazon Steam e a Amazon River. Entretanto, muitos comerciantes de Belém e Manaus também encomendaram vapores no exterior, e tudo isso custeado pela exploração da borracha.
Mais informações podem ser encontradas em https://www.instagram.com/lagehuufam/
A exposição mostra ainda fotos de um barco que permanece até hoje encostado na Manaus Moderna (precisamente na avenida Lourenço da Silva Braga, Centro), e que é chamado Benjamin. A embarcação foi construída pelo estaleiro escocês Murdock & Murray, em 1.900, por encomenda da firma Luis Dias da Silva. Essas e outras curiosidades poderão ser descobertas na visita à mostra que, depois de encerrada em Manaus, será levada pelo grupo para as unidades da Ufam fora da Sede.
A atividade tem a participação direta do Laboratório de Geografia Humana da Universidade Federal do Amazonas (Lagehu), ligado ao mesmo departamento e sob a liderança do professor Batista Nogueira, e tem o objetivo principal de revelar como era a navegação fluvial durante o Ciclo da Borracha no Amazonas. “A história da borracha na Amazônia, entre o final do século XIX e o início do século XX, será mostrada pela ótica da efervescência da navegação fluvial na época”, informa o convite.
Borracha e Vapor
A exposição apresenta um registro inédito do ciclo da borracha no Amazonas com destaque para os ‘vapores’, os navios que faziam o transporte do produto cujas rotas transformavam o cotidiano das cidades e das pessoas. A pesquisa acrescenta informações além dos relatos convencionais sobre a cadeia produtiva vinculada ao sofrimento do seringueiro para coletar o látex, a riqueza produzida na paisagem urbana, com exuberantes casarões, palacetes e teatros erguidos em Manaus.
O levantamento é resultado de uma pesquisa realizada por alunos de graduação e de mestrado em Geografia da Ufam, todos sob a orientação e coordenação do professor Ricardo José Batista Nogueira. Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), a pesquisa coletou informações em livros e jornais antigos, além de imagens da Biblioteca Nacional e registros de navegação na Inglaterra e em Manaus.
O resultado revelou uma forte influência dos “vapores” (tipos de navios) no cotidiano das cidades. É uma parte da história da cidade de Manaus revelada pelo ir e vir dos barcos que não só transportavam o látex, como também representavam grande significado social para milhares de pessoas que viviam ao longo dos rios, onde efetivamente acontecem as vidas desses ribeirinhos.
Serviço
O quê: Exposição “Vapores da borracha: Memória em movimento”
Quando: A partir do dia 29 de outubro de 2025, com início às 9h30
Onde: Museu da Cidade de Manaus - Paço Municipal
Praça D. Pedro - Centro Histórico de Manaus
Vídeo de divulgação: https://www.instagram.com/reel/DP7JASOj7i8/
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