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Ufam fortalece ações antirracistas em parceria com o Balaio da Oxum

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fotos: Allan Gomes

Na última segunda-feira, 8 de novembro, o Complexo Turístico da Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus, recebeu a celebração dos 10 anos do Festival Cultural Balaio da Oxum, encontro cultural e religioso da Amazônia. Com o tema “Águas de Retomada: naturezas sagradas, terras demarcadas”, o evento reuniu integrantes de povos de terreiro, lideranças indígenas e sociedade civil, em defesa da diversidade religiosa e do meio ambiente. O festival acontece anualmente em homenagem a Oxum, orixá das águas doces, da fertilidade e do amor. 

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no mês de novembro, oficializou uma parceria com as comunidades afro-religiosas de Manaus para a construção de uma Agenda Colaborativa de Educação Antirracista e para a valorização das culturas de matriz africana e indígena. De acordo com a diretora de Ações Afirmativas da Proext/Ufam, professora Daniele Gonzaga de Brito, a iniciativa surge como resposta a uma provocação das próprias comunidades, buscando o apoio da academia para a realização do evento e, simultaneamente, consolidando o compromisso da Universidade com a diversidade e a luta antirracista. Além de ganhar relevância adicional ao incorporar a temática ambiental, alinhada à realidade amazônica.

Na orla, ocorreu o tradicional xirê, momento religioso com cânticos, tambores e danças ao ar livre. Segundo a Agonjaí Flor de Navê, presidenta da Associação Brasileira do Balaio da Oxum (AbraOxum), o xirê representa uma luta política, já que a praia Ponta Negra é um lugar ancestral para a existência dos nossos mais velhos. 

“Há mais de 150 anos, nossas mais velhas vêm para cá. Portanto, para nós, este lugar é ancestral e carrega memórias ancestrais. Não realizar um festival cultural aqui seria apagar a memória das nossas mães e das que vieram antes de nós. Politicamente falando, nós, povos de terreiro, somos uma grande maioria, como você pode ver aqui. Somos um povo de resistência ancestral e precisamos sair de nossas casas e fazer esse tipo de política contra a intolerância religiosa e a favor da vida. Nada de nós sem nós”, destacou.

Segundo Karolline Porto, participante do Balaio, manifestações como o 10º Balaio da Oxum tem se mostrado  indispensáveis. “Para além de destacar a diversidade cultural e religiosa da cidade de Manaus/AM, o Balaio de Oxum fortalece o enfrentamento do racismo religioso às matrizes africanas e possibilita que esses grupos também estejam em espaços públicos os quais, em regra, são ocupados por religiosidades majoritárias (cristãs)”,enfatizou.

O sacerdote Luiz de Badé falou sobre a parceria com a Ufam. “Primeiro passo importante foi a parceria estabelecida com a Ufam. Lá, propusemos um processo de parceria e estamos na reta final. Por meio dessa parceria, pudemos abordar várias questões, mas a mais importante foi a oportunidade de falar sobre o balaio dentro da Universidade. A Universidade é um lugar crucial, uma caixa de ressonância importante tanto para o movimento social quanto para a própria Universidade. Essa aproximação ajuda a melhorar a qualidade tanto para dentro quanto para fora da Universidade”, ressaltou.

Luiz de Badé destacou também que a Universidade tem o papel de combater qualquer tipo de discriminação passa pela academia. “A academia é um lugar onde se criam teorias, onde os pesquisadores estudam e onde o conhecimento é reproduzido. Portanto, acredito que o ponto crucial é a academia tentar minimizar lacunas existentes”, disse.

A agenda da Ufam incluiu, no Mês da Consciência Negra, o lançamento da campanha digital antirracista, mobilizando a cominidade acadêmica e dando visibilidade às pesquisas e às ações da Ufam alinhadas ao combate ao racismo, na perspectiva afro-indígena.

Entre os dias 10 e 12 de dezembro, a Proext realiza o Circuito de Extensão, na cidade de Manaus, com uma programação que contempla Educação Antirracista na Ufam, durante a Mostra de Extensão.

 

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