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População de São Gabriel da Cachoeira participa de audiência e contribui para criação do novo campus da Ufam

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Na última sexta-feira, 28 de novembro, das 8h às 17h, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizou audiência pública na cidade de São Gabriel da Cachoeira para ouvir a população sobre a instalação do novo campus da Ufam na cidade. Na oportunidade, as lideranças indígenas e a sociedade civil foram ao prédio da Câmara Municipal para contribuir e sugerir suas demandas relacionadas à Ufam. 

A audiência foi conduzida pela pró-reitora de Ensino de Graduação, professora Sílvia Conde, e da diretora do Departamento de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Extensão, professora Danielle Gonzaga, da etnia Munduruku, e encerra um ciclo de uma semana de trabalho, entre os dias 24 e 28 de novembro, de oficinas, visitas institucionais e  encontros comunitários na cidade de São Gabriel da Cachoeira. 

De acordo com a pró-reitora de Ensino de Graduação, Sílvia Conde, foram dias pautados pelo compromisso com o princípio da gestão democrática do ensino público, marcados por intensos aprendizados mediados pela escuta atenta. “Esse processo visa subsidiar a Adninistração Superior da Ufam na tomada de decisões alinhadas às lutas históricas das populações do Alto Rio Negro”, enfarizou a pró-reitora.

Segundo a diretora do Departamento de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Extensão (DP/Proext), professora Danielle Gonzaga, da etnia Munduruku, a audiência pública realizada em São Gabriel da Cachoeira foi fundamental para o estabelecimento do diálogo entre a comunidade de São Gabriel da Cachoeira, a Universidade, o movimento indígena e toda a sociedade para construir juntos o novo campus da Ufam. 

‘Esse campus da Ufam que não é indígena, mas que estará no território com maior população indígena do país, chega para o diálogo e em processo de escuta, para pensarmos juntos nas vagas,nos processos seletivos, nos concursos e todo o corpo desse novo espaço da Ufam em São Gabriel da Cachoeira’, destacou a diretora. 

Audiência Pública

Na Audiência Pública foram tratados temas como formas de ingresso específico, demandas do ENEM, educação inclusiva,  línguas oficiais indígenas, formação docente, acolhimento ao campus e política de permanência estudantil e  colaboração da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Para Gilda da Silva Barreto, da etnia Baré, participar da audiência pública é ter a possibilidade de colocar as demandas sociais aos representantes da Ufam. “Eu sempre enfrentei dificuldades para estudar devido à minha situação financeira. No entanto, tive a oportunidade de voltar a estudar e tenho acompanhado de perto os esforços para trazer benefícios para São Gabriel da Cachoeira. Estou aqui para contribuir na medida do possível, representando aqueles que não puderam estar presentes nesta importante discussão sobre a implantação da Ufam na nossa cidade. Acredito que os cursos oferecidos trarão grandes benefícios para as futuras gerações que não precisarão sair daqui para estudar”, disse a moradora.

De acordo com a pró-reitora da Proext, professora Flávia Melo, o encontro garantiu a escuta e a participação efetiva das lideranças indígenas da população de São Gabriel dos territórios do Rio Negro na construção da proposta do que virá ser o futuro campus. 

“Também nos permitiu oferecer, de maneira inicial, uma aproximação daquilo que a Ufam pode servir à comunidade Rionegrina, por meio de oficinas de proteção ambiental, proteção dos conhecimentos tradicionais e sobre museus e povos indígenas. Essa semana de atividades tem alguns marcos institucionais muito importantes, um deles é envolver diferentes segmentos da Ufam, como a Proeg, Proext, Protec, o Museu Amazônico, o Centro de Ciências do Ambiente e a ARII, em uma agenda comum”, explicou a gestora.

Para a assessora de Relações Internacionais e Interinstitucionais da Ufam (ARII), professora Sheila Mota, estar em São Gabriel da Cachoeira nestes últimos dias foi uma experiência profundamente marcante, tanto no campo institucional quanto no humano. “Tivemos a oportunidade de vivenciar de perto a força, a diversidade cultural e o comprometimento do povo gabrielense, que tão generosamente nos acolheu. Esse vínculo direto com as lideranças, com os estudantes, com as comunidades e com as instituições locais reforça a importância de cada passo que estamos construindo juntos”, destacou.

Sheila Mota falou ainda que o conjunto amplo de atividades que culminaram na audiência pública sobre a efetivação da implantação do futuro campus da Ufam, em São Gabriel da Cachoeira, permitiu escutar vozes diversas, compreender expectativas, esclarecer dúvidas e destacar a relevância acadêmica, social e cultural desse projeto para toda a região. “A audiência não foi apenas um rito formal: foi um exercício de democracia, transparência e respeito às comunidades que vivem, estudam, ensinam e constroem este território.

Do ponto de vista da ARII, nossa participação nesse processo tem sido essencial e estratégica. Entendemos que as relações interinstitucionais não são apenas instrumentos para ampliar fronteiras acadêmicas: elas são caminhos para fortalecer redes de cooperação que contribuam, de forma concreta, para a sustentabilidade de projetos como este no curto, médio e longo prazo. Nosso papel é articular parcerias, aproximar instituições, mobilizar oportunidades e criar pontes para que o campus da Ufam em São Gabriel da Cachoeira nasça com bases robustas, integradas e alinhadas às demandas locais”,finalizou.

Primeiro curso 

O primeiro curso será em Licenciatura em Formação de Professores Indígenas (FPI). Ao todo, serão 60 vagas por turma (20 por área) e o objetivo é formar, em nível superior, conforme a perspectiva intercultural crítica, interdisciplinar e voltada ao fortalecimento cultural e linguístico, professores indígenas preparados para atuarem nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio nas áreas de: Ciências Humanas e Sociais; Ciências da Natureza; e Linguagens; e também na gestão escolar indígena.

Além disso, outros espaços de atuação do discente formado no curso Licenciatura em Formação de Professores Indígenas são: movimentos sociais, associações e fóruns; gestão educacional municipal; pós-graduação em diversas áreas.

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