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Docente titular da Ufam, professora Artemis de Araújo Soares recebe comenda da Câmara de Manicoré, a terra natal dela

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Na manhã de hoje, 24 de novembro, a professora titular da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Artemis de Araújo Soares foi agraciada com a Medalha Feminina de Ordem do Mérito Legislativo Maria Doralice Colares de Azevedo. A homenagem foi realizada durante a 70ª Sessão Ordinária da Câmara de Manicoré e transmitida ao vivo pela página da Casa Legislativa municipal no Facebook. Assista ao vídeo.

“Hoje não vivemos apenas uma solenidade, vemos um reencontro. É o reencontro com as minhas raízes, com as minhas histórias e com o lugar que moldou o meu caráter e que moldou em mim a certeza de que a educação e o trabalho transformam vidas. Recebo, então, esta homenagem com uma emoção que transborda no coração”, disse Artemis Soares ao iniciar seu discurso. Ela agradeceu pela indicação, o que, segundo ela, é fruto da “confiança e da sensibilidade para reconhecer o valor social” do caminho trilhado por ela. “Minha caminhada começou aqui, entre as águas que ensinam a paciência, as ruas cheias de histórias e as escolas onde aprendi a sonhar”, reconheceu.

“Eu fico até sem palavras para falar da professora Artemis, mas eu fiz um histórico da trajetória dela. Ela é uma das precursoras da ginástica rítmica no Amazonas, e atua na área há cerca de 40 anos. Docente titular da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Ufam, ela concluiu o pós-doutorado na Universidade de Paris”, discursou o segundo vice-presidente da Câmara Municipal de Manicoré, vereador Hetyelson da Pesca. A homenageada também é professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA).

Prevista no Decreto Legislativo n. 6/2024, a honraria é concedida às mulheres que elevam o nome do município amazônico por meio de suas contribuições sociais, científicas e culturais. No caso da professora Artemis Soares, a medalha veio não apenas para reconhecer o destaque na carreira, mas também “simboliza o retorno de uma filha ilustre à terra que moldou suas primeiras paisagens e afetos”, diz o texto de convite para a solenidade.

Da beira dos rios para o mundo

Nascida na cidade de Manicoré, a docente da Ufam cresceu “em um ambiente em que corpo, cultura e comunidade eram dimensões inseparáveis. Talvez tenha vindo daí o olhar sensível que atravessa toda a sua obra acadêmica, um olhar que reconhece, nas práticas corporais, nos jogos tradicionais e nos rituais dos povos amazônicos, caminhos de resistência, identidade e memória”, revela o texto que justifica a concessão da comenda.

Já em Manaus, a manicoreense formou-se pela Universidade do Amazonas (UA), antigo nome da Ufam. A trajetória acadêmica continuou com a realização do mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e o doutorado na Universidade do Porto. Além disso, tem dois pós-doutorados, um na Université de Paris e outro na Université Rennes.

A homenageada é referência nacional e internacional em estudos socioculturais do esporte, da corporeidade indígena, das tradições desportivo-culturais e dos jogos tradicionais. Além de formar gerações de profissionais da Educação Física, ela pesquisa comunidades amazônicas e, por meio dessa atuação, ajuda a promover diálogos entre os saberes tradicionais e científicos.

Reconhecimento

As contribuições científicas da professora Artemis Soares já foram reconhecidas em outras oportunidades. Ainda em 2017, ela tomou possa da cadeira 40 da Academia Amazonense de Letras (AAL), tornando-se “imortal”.  Em 2023, ela foi empossada para ocupar a cadeira de número 22 na Academia Brasileira de Educação Física (Abef), cujo patrono é o professor Guilherme Pinto Neryele, também oriundo do Amazonas.

A entrega da Medalha Feminina do Mérito Legislativo de Manicoré é, portanto, a continuidade de uma série de reconhecimentos. Todavia, o seu diferencial vai além da formalidade, e mostra uma jornada de conquistas de uma filha do município. “É Manicoré dizendo: ‘Esta filha é nossa. E sua caminhada honra nossa gente’. A medalha celebra não apenas a carreira acadêmica brilhante, mas também a mulher amazônida que, em todos os espaços que ocupou, da sala de aula à academia de letras, levou consigo o território, a memória e a força cultural de sua origem”, ressalta a justificativa para a entrega da honraria.

“A premiação deste ano, aprovada pela Câmara Municipal de Manicoré, tem um valor afetivo que ultrapassa qualquer título acadêmico. Ela representa uma volta simbólica às raízes, um reencontro entre a professora e sua terra natal. Representa também a inspiração que sua trajetória oferece às meninas e jovens de Manicoré, que agora podem olhar para Artemis e ver que a Amazônia forma mulheres de ciência, cultura, arte e futuro”, finaliza o texto.

*Fotos: Juce Veiga

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