Ufam adere à Rede de Cátedras franco-brasileira que promove atividades no tema na biodiversidade amazônica
Nesse cenário colaborativo, a Ufam recepcionará um professor visitante francês anualmente. Ele ficará no Amazonas pelo período de 20 a 30 dias. Em contrapartida, enviará um pesquisador brasileiro à França, por igual prazo
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Durante a programação da COP30, a reitora da Universidade Federal do Amazonas, professora Tanara Lauschner, assinou o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) que oficializa a adesão da Ufam ao Programa Rede de Cátedras Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA). A parceria foi firmada quinta-feira, 13, na embarcação que levou a caravana Iaraçu de Manaus até a sede da Conferência, em Belém, iniciativa franco-brasileira que contou com a atuação da Ufam no trajeto da capital amazonense a Santarém (PA).

Do lado francês, o documento foi firmado pelo embaixador da França no Brasil, diplomata Emmanuel Lenain. A Rede de Cátedras CFBBA reúne ainda as Universidades Federais de Roraima (UFRR), do Pará (UFPA) e do Amapá (Unifap). As instituições amazônicas ingressam para contribuir com o tema central do programa: a biodiversidade regional.
A atuação da rede está distribuída nestes eixos: conhecimento, monitoramento e conservação da biodiversidade amazônica; observação da cobertura florestal; mudanças ambientais e sustentabilidade; contribuições dos povos indígenas e das comunidades locais; relações entre biodiversidade, saúde e alimentação; e o papel da bioeconomia na promoção de modos de vida sustentáveis e inclusivos.
Segundo o diagnóstico prévio à adesão, a Ufam “demonstra alto potencial científico e sociocultural para atuação no âmbito da Rede CFBBA, requerendo fortalecimento da governança interinstitucional, da transversalidade temática e da estrutura de internacionalização”. O plano de trabalho do programa destaca ainda que a integração da Embaixada francesa à iniciativa é “[...] um passo estratégico para consolidar a Ufam como referência amazônica em biodiversidade, bioeconomia e diplomacia científica”.
Expertise sobre Amazônia
Na lista de justificativas para a presença da Ufam na Rede da CFBBA consta, por exemplo, o potencial científico e estrutural para a pesquisa na área de biodiversidade, dispondo de “estudos sobre conservação e monitoramento de ecossistemas amazônicos”. Há outras expertises que foram consideradas: a integração com os conhecimentos local e tradicional; a transversalidade ao tratar temas como biodiversidade, saúde e alimentação; a pesquisa a respeito de bioeconomia e sustentabilidade, com potencial de articular inovação, extensão e internacionalização; e, por fim, a mobilidade estratégica entre pesquisadores brasileiros e franceses, a qual é viabilizada pela ARII no âmbito da Ufam.
Nesse cenário colaborativo, uma das atividades previstas é a recepção anual, pela Ufam, de um professor visitante francês, que ficará no Amazonas pelo período de 20 a 30 dias; e o envio de um pesquisador brasileiro à França, por igual prazo. A seleção dos intercambistas será realizada por comitê binacional, que também será responsável por acompanhar e avaliar os projetos. Para a titular da Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (ARII), professora Sheila Mota, esse é o aspecto crucial da parceria e, inclusive, o objetivo geral do programa.
“A adesão da Fundação Universidade do Amazonas ao Programa Rede de Cátedras CFBBA representa um marco estratégico para a internacionalização e para o fortalecimento da diplomacia científica na Amazônia. Ao integrar essa rede, a Ufam amplia sua presença em um ecossistema de cooperação franco-brasileira capaz de potencializar pesquisas de excelência, formação de recursos humanos qualificados e projetos de impacto global. A ênfase no eixo ‘Biodiversidade’ dialoga diretamente com as vocações científicas, culturais e territoriais da Ufam, que está no centro da maior reserva de diversidade biológica do planeta. Essa inserção não apenas reforça a sua capacidade de produzir conhecimento de ponta, mas também projeta a Amazônia no cenário internacional numa agenda estruturada, colaborativa e alinhada aos desafios globais”, explica a professora Sheila Mota.
“A parceria com a Embaixada da França no Brasil amplia oportunidades, articula novos fluxos de intercâmbio acadêmico e científico e evidencia o nosso compromisso com uma internacionalização sempre qualificada e comprometida com o desenvolvimento sustentável da região”, conclui a assessora de RII.
A equipe executora da Ufam, que deve trabalhar pelo prazo de 60 meses e conforme a demanda do programa, é composta pelos seguintes pesquisadores: professor Naziano Filizola, da área de Geomorfologia e Gestão de Recursos Hídricos; professora Keila Aniceto, da área de Geociências e Geoquímica; e professor André Mendonça, da área de Engenharia Florestal e Ambiental.
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