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Pesquisadora da Ufam, professora Marília Gabriela Rezende cria matrizes capazes de acelerar o alcance dos ODS na Amazônia

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A busca por soluções locais para desafios globais do clima motiva pesquisadores no mundo todo. Nesse cenário, a Amazônia tem sido protagonista. Docente da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (FCA/Ufam) e coordenadora do Laboratório de Governança Ambiental e Bioeconomia (Lagbio), a pesquisadora Marília Gabriela Rezende criou um conjunto de matrizes com capacidade de potencializar o alcance das metas da Agenda 2030 no Amazonas, estas relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU.

De modo simplificado, o projeto “Ferramentas de catalogação e de mitigação dos eventos climáticos extremos: construindo aceleradores e impulsionadores dos ODS no Amazonas” teve como resultado a criação de três ferramentas analíticas principais, às quais foram atribuídas as siglas MIAODS, MIIODS e MPODS. A partir da aplicação dessas matrizes metodológicas, pode-se compreender de forma sistêmica os fatores que impactam concretização da Agenda 2030, que contém os ODS e suas respectivas metas.

“Estamos acompanhando a aplicação das matrizes nos órgãos públicos e fornecendo todo o suporte necessário para dar celeridade às ações. Nosso objetivo sempre foi a criação de um arquétipo mais responsivo, para que possamos transformar intenção em execução qualificada”, informa a autora do projeto e docente do Departamento de Ciências Fundamentais e Desenvolvimento Agrícola da FCA/Ufam.

Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o projeto no âmbito do qual foram elaboradas e aprimoradas as matrizes tem potencial para produzir transformações que vão desde a reformulação de políticas públicas até a missão crucial de acelerar o alcance das metas traçadas para cada ODS. Isso passa por ações de planejamento, como a elaboração de um plano integrado de ações para os próximos anos; e ainda pela apropriação das tecnologias digitais nesse processo, aplicando de forma direcionada aquelas que são capazes de contribuir com a mitigação dos impactos decorrentes de eventos climáticos na região amazônica.

O esforço empregado na pesquisa científica já tem mostrado os resultados práticos. No último dia 31 de outubro, as matrizes metodológicas foram apresentadas à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). “Como exemplo de operacionalização, evidenciamos os aceleradores e impulsionadores do Eixo ‘Manejo de Resíduos Sólidos’. A expectativa é de que, em janeiro de 2026, nós já possamos aplicar as matrizes no Eixo da ‘Bioeconomia’”, adianta a autora do projeto.

As três matrizes

A primeira das ferramentas é a Matriz de Identificação de Aceleradores dos ODS (MIAODS), cuja função é gerar uma sistemática integrada dos diversos aspectos que perpassam a compreensão sistêmica no processo de aceleração dos ODS. Ela é composta por oito quadrantes, incluindo Eixos Prioritários, Intersetorialidade, Ferramentas e Soluções, e Quadros Normativos. De modo pragmático, ela se aplica, por exemplo, em projetos de manejo de resíduos sólidos, isso porque sugere a implantação de projetos de separação de resíduos (Acelerador) e o desenvolvimento de atividades educacionais voltadas à atividade de separação em si (Orientação Objetiva).

Já a Matriz de Identificação de Impulsionadores dos ODS (MIIODS) foi elaborada a com o intuito de conectar esferas analíticas distintas, promover a superação de gargalos e, assim, impulsionar as metas dos ODS. Esta segunda ferramenta contém sete quadrantes, dentre os quais os Principais Gargalos, as Ações Coordenadas, os Efeitos Multiplicadores Positivos e as intituladas Políticas Catalíticas. Sua aplicação pode ser observada, por exemplo, no gargalo “Dificuldades de Sensibilização”. Nesse caso, a matriz propõe a integração da temática "resíduos sólidos" em atividades educativas transversais (Impulsionador) e o desenvolvimento de práticas educativas (Ação Coordenada), produzindo como o efeito da Redução da Poluição Multifacetada.

Por fim, a Matriz de Potencialização dos ODS (MPODS) tem o objetivo de pôr em evidência as interseções e os engajamentos necessários para potencializar o alcance dos ODS. Como é possível fazer isso? A partir da catalogação dos aceleradores e impulsionadores identificados nas matrizes MIAODS e MIIODS.

Esta última proposta funciona, portanto, como um fecho lógico do projeto matricial como um todo. Ou seja, além de apresentar Intervenções e Ações de Potencialização, a MPODS inclui ainda o Mecanismos de Monitoramento entre os seus quatro quadrantes. Em termos de aplicação, é por meio dela que se compreende como a integração da temática de resíduos sólidos em atividades educativas (Impulsionador) se associa à criação de editais de financiamento a pesquisas (Intervenção), sendo possível, inclusive, o monitoramento do número de editais criados pela Análise Anual.

“As ferramentas serão instrumentos facilitadores para a gestão pública, pois fortalecem a integração entre os órgãos públicos do Amazonas. Esse arsenal metodológico fundamentará a construção de uma governança ambiental multinível”, arremata a professora Marília Gabriela Rezende sobre os frutos a serem gerados pelo trabalho.

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