Ufam tem três propostas aprovadas no Edital AfirmaSUS. Projetos serão desenvolvidos nos campi de Manaus, Coari e Parintins
A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) obteve a aprovação de três projetos no Edital de Chamamento Público n. 13/2025, referente à primeira edição do Programa Nacional de Apoio à Permanência, Diversidade e Visibilidade para Discentes na Área da Saúde (AfirmaSUS). As iniciativas foram construídas em diálogo com o Departamento de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Extensão (DPA/Proext), reunindo equipes de trabalho vinculadas aos campi de Manaus, Coari e Parintins.
Os três projetos aprovados são estes: 1) em Manaus, “Territórios Vivos: Caminhos de Permanência e Equidade na Amazônia Urbana”; 2) em Coari: AfirmaSUS Amazônia: Laboratório Vivo de Saúde e Comunicação no Médio Solimões”; e 3) em Parintins, “Territórios Vivos: Caminhos de Permanência e Equidade no Baixo Amazonas”. A partir de agora, a comissão institucional organizará os editais de seleção de estudantes, docentes e orientadores de serviço, a serem divulgados nos canais oficiais da Universidade. Veja aqui o resultado final da chamada de projetos.
Cada uma das iniciativas deve contemplar três categorias de agentes: docentes-tutores, cotutores e discentes de graduação. Para este último grupo, haverá oferta de vagas para estudantes da área da saúde, sendo dez bolsistas e cinco não bolsistas por grupo, e até três estudantes de outras áreas do conhecimento por projeto. Professores da Ufam atuarão na função de docente-tutor, enquanto orientadoras e orientadores de serviço da sociedade civil e profissionais do SUS serão enquadrados como cotutoras e cotutores.
Articuladora ao longo de todo o processo, a diretora do DPA/Proext, professora Danielle Munduruku, comemora a conquista da Ufam, sobretudo porque contempla a diversidade sociocultural em três municípios-chave para o estado e para a região. “Esse programa é inédito e resulta de uma importante parceria entre o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde. O DPA informou a abertura do edital na reunião da Câmara de Extensão, além da divulgação da primeira live organizada pelo Ministério da Saúde. Após a live, fizemos reuniões com os interessados em construir propostas de projetos. Por estarmos localizados na Amazônia Legal e sermos caracterizados como multicampi, pudemos submeter até três propostas. E foi o que fizemos”, conta a docente.
“O DPA tem a missão de valorizar a diversidade presente na Ufam. Dessa maneira, buscamos estimular que cada território – aqui estamos falando das unidades Manaus, Parintins e Coari – buscasse incorporar em suas propostas de projeto as realidades dos agentes que constituem os cursos de saúde da nossa universidade em prol da valorização dos conhecimentos tradicionais e de suas realidades múltiplas. Mas é importante enfatizar que as professoras e os professores envolvidos já atuam nessa vertente em suas diferentes ações, como o PET Equidade, que é realizado em Manaus pelo curso de Medicina”, detalha a diretora de Políticas Afirmativas Danielle Munduruku.
Trabalho coletivo
Segundo a professora da Faculdade de Medicina Fabiana Martins, uma das idealizadoras no processo de pré-submissão e que hoje está na comissão de coordenação das ações ao lado da professora Danielle Munduruku, a equipe que “sonhou os projetos” é composta pelos seguintes membros: Danielle Munduruku (DPA); Fabiana Mância Martins (FM); Josiane Medeiros (Pró-Reitoria de Assistência Estudantil); Jaila Borges (Faculdade de Farmácia); Jefferson Pereira dos Santos (Coari); Valmiene Florindo Farias Sousa (Parintins); e Raniele Alana Alves (Associação das Crioulas do Quilombo de São Benedito).
Coordenador do projeto a ser desenvolvido no Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), em Coari, o professor Jefferson Pereira dos Santos diz: “A aprovação do AfirmaSUS Amazônia representa um marco importante para o ISB/Ufam, pois reflete o compromisso da Universidade com a equidade, a comunicação popular e a inovação em saúde no interior do Amazonas. Nosso objetivo é aproximar o conhecimento científico das realidades locais, dando voz a estudantes e comunidades do Médio Solimões. O projeto cria um espaço vivo de diálogo entre saberes acadêmicos e tradicionais, onde a Universidade aprende com o território e contribui para fortalecer o Sistema Único de Saúde na Amazônia”.
Nas palavras da professora Josiane Lahpsa, do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez), em Parintins, naquele campus, “o projeto busca articular práticas socioeducativas voltadas à equidade no SUS em sintonia com as especificidades culturais, linguísticas e ambientais do Baixo Amazonas”. Tem, portanto, o escopo de propor ações de educação popular, inovação tecnológica e produção de narrativas coletivas junto a povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e populações urbanas periféricas. “Ao valorizar a diversidade, o autocuidado e o protagonismo estudantil, a iniciativa fortalece a permanência e a visibilidade de discentes da saúde, reconhecendo suas identidades e experiências. E o Icsez se consolida como território-laboratório de aprendizagem, cuidado e resistência”, enfatiza a docente Josiane Laphsa.
Saiba mais
O AfirmaSUS é uma iniciativa voltada ao fortalecimento da permanência estudantil de grupos historicamente vulnerabilizados, promovendo ações integradas de ensino, pesquisa, extensão e cultura que articulam universidade, serviços de saúde e comunidades. Ele é promovido pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS) e contempla, nesta primeira seleção, projetos submetidos por entidades localizadas na Amazônia Legal. Protagonista em ensino, pesquisa, extensão e inovação e reconhecida por sua estrutura multicampi em cinco mesorregiões do Amazonas, a Ufam aprovou as três propostas submetidas, conforme as diferentes realidades territoriais e socioculturais de cada um dos territórios alcançados.
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