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Ufam recebe pesquisadoras da UFRJ em palestra sobre projeto de identificação de meteoritos no Brasil

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Na manhã desta quinta-feira, 23, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) promoveu a palestra “A importância dos meteoritos para a ciência planetária”, com as professoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Diana Andrade, Amanda Tosi e Elizabeth Zucolotto. A iniciativa faz parte da 12ª Semana de Ciência e Tecnologia do Instituto de Ciências Exatas (ICE).

Com vasta experiência na pesquisa sobre meteoritos no Brasil, as pesquisadoras  que formam o grupo de pesquisa “As Meteóricas” e integram o projeto do CNPq chamado “Meteoritos: Pé na Estrada” estão pela primeira vez em Manaus para apresentar um pouco do trabalho desenvolvido nas cinco regiões brasileiras com o objetivo de divulgar informações sobre meteoritos, astronomia e ciência em geral. “O objetivo principal dessa visita aqui em Manaus, na região Norte, é poder fazer parte desse projeto aqui, a gente já tinha feito na região ali do Amapá, e agora nós voltamos para fazer Amazonas e Roraima também. Então, a gente faz palestras para crianças, para adolescentes, para adultos, para todos os públicos, seja acadêmico ou não, então, é bem diversificado”, comentou a professora Amanda Tosi. “Os meteoritos são importantes em vários ramos da ciência, do estudo, do entendimento do sistema solar, do início da vida e etc, e a gente tem pouca amostragem de meteoritos no Brasil. Até hoje, no mundo inteiro, já temos mais de 77 mil meteoritos registrados, e o Brasil, com um território continental, só tem 94, temos menos que 100. Eles são difíceis de serem encontrados. Eles caem todos os dias, mas a maior parte cai no mar, cai no mato, cai em lugar que ninguém vê, então quando alguém encontra, precisa saber se é um meteorito ou não e também precisa fazer o registro dele. Então, é por isso que estamos aqui, para fazer a palestra, mostrar, ensinar, fazer todo mundo tocar, mostrar como reconhecer, porque são vocês, a população local, que encontram os meteoritos e nos trazem para estudá-los e eles têm muitas informações importantes para a ciência, para descobrir muitas coisas. Tem meteoritos com a mesma idade do Sistema Solar que é 4,56 bilhões de anos”, informou.

De acordo com as professoras, a região Norte possui um meteorito registrado, o Serra Pelada, e em breve terá o Uiramutã. Segundo a pesquisadoras, diferentes dos asteróides em que se pode homenagear alguém ao nomeá-los, os meteoritos recebem o nome do local onde foram encontrados ou que faça referência a esse local. Nos casos mencionados anteriormente, os dois foram identificados na região da Serra Pelada no Pará e no município de Uiramutã, em Roraima. “Nós damos duas ou três sugestões de nomes e a Sociedade Internacional, que oficializa esses meteoritos, depois que a gente faz o estudo, a classificação, a gente envia um relatório dando sugestão de nomes e eles aceitam. Então o meteorito fica com o nome que a gente sugeriu”, explicou a professora Amanda Tosi.

 

Trazendo conceitos sobre a origem e formação dos meteoritos e sua longa viagem no espaço para chegar até a Terra, a professora Diana Andrade cativou a atenção do público presente apresentando imagens, vídeos e amostras de meteoritos encontrados no Brasil. “Aqui tem então uma definição de alguns termos que a gente usa muito na ciência meteorítica, na ciência planetária: o que é que um cometa? Então, o cometa tem gelo e rocha. Se ele estiver lá no cinturão dele, se ele estiver na maior distância do Sol, ele vai estar como um objeto redondinho ou nem tanto, mas sem cauda.  Quando ele se aproxima do Sol, ele vem para o mais perto do Sol, ele acaba começando a se derreter, então ele vai soltando partículas de poeira e gelo e formando uma cauda, essa partícula vai ficando no caminho deles e ele vai soltando isso, aí a gente vê uma cauda”, detalhou a professora Diana. “Meteoroide é um objeto que, imagina um grande choque, tira um pedaço de um objeto e esse objeto entra em rota de colisão para a Terra. Ele está vindo na direção da Terra, a gente chama de meteoróide, quando ele entra na atmosfera, vai incandescer porque está vindo com uma velocidade muito alta, uma velocidade em torno de 30 km por segundo, 30 mil metros por segundo. Então, ele vai atritar a atmosfera e vai incandescer, vai causar um efeito luminoso, que é a chamada estrela cadente. É aí que ele vai receber o nome de meteoro. O nome meteoro é a estrela cadente. Meteoro é o efeito luminoso. Ninguém segura o meteoro porque vai queimar a mão. A rocha que sobreviveu a essa entrada é que se chama meteorito. A rocha que vocês conseguem segurar é meteorito”, esclareceu. 

Com o pesquisa apresentada nas redes sociais e com o trabalho exposto também em visitas como a que foi feita na manhã de hoje, a sociedade vai tomando conhecimento e colaborando cada vez mais na caça aos meteoritos brasileiros. “A procura realmente aumentou. A gente já tinha uma certa procura por conta de um projeto que a professora Elisabeth lançou em 2009 chamado “Tem ET no seu quintal?", porque o meteorito é um ET, já que é um extraterrestre. Então, ela lançou esse projeto e a partir daí começou a ter muito mais procura. As redes sociais ajudaram muito nessa questão da divulgação. Nós temos o Facebook, o YouTube, mas o Instagram também é um canal onde as pessoas mandam mensagens, falando: olha, eu encontrei aqui, eu tenho uma pedra. E a gente começa a investigação a partir daí. A gente pede fotos, perguntamos como foi encontrada e onde. Vamos fazendo as perguntas para verificar se é mesmo um meteorito ou não. Então, as pessoas estão aprendendo a reconhecer os meteoritos e a ficar mais atentos para o caso de encontrar algum por aí”, contou a professora Amanda Tosi.

Nos próximos dias as pesquisadoras seguem para os municípios de Iranduba, Rio preto da Eva e Presidente Figueiredo, além de também apresentarem o projeto em cidades de Roraima. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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