Projeto “Tipiti”, aprovado pelo CNPq no edital do “Mais Ciência na Escola”, é lançado durante a XXIII Seinpe e a I Fictea
O Projeto Tipiti - Tecer saberes e integrar tecnologias nas escolas do Amazonas, vinculado ao Programa Mais Ciência na Escola Amazonas, foi lançado na manhã deste dia 23 de setembro, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com a presença de representantes das instituições parceiras no Centro de Convivência do setor Norte do Campus Sede. O lançamento do Projeto, realizado dentro do XXIII Seminário Interdisciplinar de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação (Seinpe) e da Feira de Inovação, Ciência e Tecnologia da Educação do Amazonas (Fictea), foi feito pela reitora da Ufam, professora Tanara Lauschner.
O Tipiti foi selecionado no edital n. 13/2024 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para ser executado sob a gerência da Ufam e ainda em parceria com mais de 30 escolas das redes públicas de ensino do estado e de municípios. A colaboração interinstitucional é viabilizada pela Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc) e pelas secretarias municipais onde há atividades.
“Projetos como este nos ajudam a formar os cientistas do futuro. O Tipiti nos permite apresentar o método científico aos adolescentes e jovens, e mostrar a consciência crítica a capacidade de questionamento, e isso é imprescindível no contexto de negacionismo. Fazer ciência na escola, gerar conhecimento baseado em fatos, popularizar a ciência... É assim que educação, pesquisa, extensão e inovação se unem em torno deste projeto tão necessário. Este momento aqui não é simplesmente um encontro, é uma festa, é quando festejamos a educação, a ciência e a tecnologia. É uma honra hospedar esses eventos e, sobretudo, contar com o financiamento do CNPq e com as parcerias das secretarias de estado e municipais de educação, tanto na capital quanto no interior do Amazonas”, discursou a anfitriã, professora Tanara Lauschner, sobre a realização da XXIII Seinpe e da I Fictea, e do lançamento do Projeto Tipiti, do ‘Mais Ciência na Escola Amazonas’.
Coordenadora de Educação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Claudia Ferreira de Maya Viana destacou o fato de o Brasil ainda ocupar a 62ª posição em desenvolvimento científico, mesmo sendo a 10ª economia do planeta. É uma disparidade que as políticas públicas do setor pretendem atacar, segundo ela, e um dos objetivos do MCTI, com a chamada pública do ‘Mais Ciência da Escola’ foi justamente identificar e reconhecer os atores que se articulam a partir de universidades, institutos e secretarias de educação, com a rede pública de ensino, e potencializar esse trabalho.
“[...] foram mil escolas no Brasil na primeira chamada, com 10 mil estudantes bolsistas em diferentes projetos, porque nós realmente queríamos encontrar e reconhecer essas pessoas. Por isso o conteúdo era muito flexível, o tipo de equipamento era flexível, para que se pudesse absorver uma grande diversidade de iniciativas. Uma delas foi o Tipiti, que é capaz de mobilizar um conteúdo enorme de saberes tradicionais nesta rede aqui”, frisou a representante da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação. Sobre a relação dos estudantes brasileiros com a tecnologia, Claudia Viana resgatou uma fala do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, proferida durante o lançamento desse Programa Federal: “Letramento digital não é apenas ‘usar’ a tecnologia, mas ‘criar’ tecnologia".
Pioneirismo
Na Ufam, o projeto está sob a coordenação institucional da professora Fabiane Maia Garcia, ligada à Faculdade de Educação (Faced). Além da professora Fabiane Maia, o Tipiti conta com a assessoria da professora Estrela Dinamar Vinente Santarém e dos estudantes Andrews Matheus Fernandes Braga e Kamila Oliveira dos Santos.
Durante o lançamento, a professora Fabiane Maia disse que, no Amazonas, 15 escolas da rede estadual e 15 da rede municipal participam do projeto, sendo estas últimas tanto vinculadas à Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed) quanto a algumas cidades do interior do estado. “Em cada escola, há um professor bolsista. Para além dos equipamentos tecnológicos e dos laboratórios que as escolas vão receber, o projeto visa ao processo de formação, que é o carro-chefe do Programa, de modo que eles possam utilizar essa tecnologia nas escolas e melhorar a qualidade da educação no Amazonas. E isso nos ajuda a formar nossos futuros graduandos e pós-graduandos”, afirmou a coordenadora do projeto.
Ao todo, a iniciativa alcança 30 escolas dos ensinos fundamental e médio (estaduais e municipais), incluindo aquelas em áreas indígenas, localizadas nos municípios de Manaus, Itacoatiara, Humaitá, Coari, Lábrea, Iranduba, Tabatinga, Borba, Manicoré, Manacapuru, Novo Airão e Urucará. Para atender a esse público, a equipe conta com 15 professores doutores, dez graduandos, dez pós-graduandos, 30 professores das redes estadual e municipais e 300 estudantes beneficiados.
Tecnologia ancestral & letramento digital
O objetivo traçado para o Tipiti é apoiar o desenvolvimento de processos formativos capazes de assegurar práticas continuadas que disseminem o letramento digital e a educação científica na educação básica pelo uso da metodologia chamada Steam (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática).
Funcionando como um guarda-chuva, o projeto Tipiti conta com cinco subprojetos, os quais são desenvolvidos por núcleo. Em cada um deles, há o desenvolvimento de ações e laboratórios equipados conforme objetivos específicos, conforme a seguir:
- Núcleo Faced: foco na produção de conteúdo digital e uso pedagógico de tecnologias, sendo equipado com o Laboratório Ciência na Escola – Inovação e Inclusão Digital;
- Núcleo Física: voltado a experimentos de física e projetos práticos de ciências, sendo equipado com o Laboratório de Ideias e Práticas Experimentais;
- Núcleo Itacoatiara: espaço de criação e montagem de projetos de ciência, matemática e tecnologia, sendo equipado com Laboratório Maker Geral;
- Núcleo Humaitá: voltado ao aprendizado de programação, eletrônica e montagem de robôs, sendo equipado com Laboratório de Robótica; e
- Núcleo Coari: tem escopo mais amplo: criação e prototipagem, com impressoras 3D e kits de eletrônicos; programação, automação e construção de robôs; e ambiente imersivo, com óculos e softwares de realidade virtual e aumentada. Para cumprir esses objetivos, o Núcleo contará, respectivamente, com Laboratório Maker, Laboratório de Robótica e Laboratório de Realidade Virtual.
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