Pela primeira vez no Norte, vigésima terceira edição do Enabrapso reúne mais de 1900 pessoas inscritas
Na noite da última quinta-feira, 4 de setembro, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) recebeu a abertura do 23º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social (Enabrapso) com o tema “Aliança dos povos: psicologia social face à destruição de todas as formas de vida”. Essa é a primeira edição que ocorre no Norte do país e o evento reuniu 1928 pessoas inscritas de todos os estados do Brasil e outros seis países. Ao todo, foram 73 minicursos aprovados, 58 grupos de trabalho, 755 comunicações orais, 121 apresentações de pôster, 48 lançamentos de livros, além de nove atividades vivenciais, com mais de 85 estudantes distribuídos nas diferentes comissões e mais 170 estudantes atuando na Comissão de Monitoria.
Fizeram parte da mesa de honra, a reitora da Ufam, a professora Tanara Lauschner, a conselheira presidenta do Conselho Federal de Psicologia, Alessandra Almeida, a diretora do departamento de acompanhamento e avaliação da Pró-Reitora de Pesquisa e Pós Graduação da Ufam, professora Gisele Resende, representando a pró-reitora Adriana Malheiro Alle Marie e a presidenta da Abrapso, da comissão organizadora do Enabrapso e professora da Ufam, docente Iolete Ribeiro da Silva.
De acordo com a presidenta da Abrapso, da comissão organizadora do Enabrapso e professora da Ufam, docente Iolete Ribeiro da Silva, na 23º edição do Encontro, a ênfase nas contribuições dos nossos povos para a luta por direitos. “Essa é a primeira vez que o Encontro, em 44 anos, acontece aqui na região Norte e isso é significativo porque também diz sobre o momento dramático que a gente vive enquanto humanidade. Entendemos que os povos aqui da Amazônia podem contribuir muito para pensar as problemáticas da nossa sociedade”, explicou a organizadora do Encontro.
Para a reitora, professora Tanara Lauschner, a realização de um evento dessa magnitude no Amazonas, que discute crise climática e defesa da vida, é especialmente significativa em um momento em que a Amazônia está no centro das discussões globais em razão da COP 30. Segundo ela, “há muito tempo, pessoas e instituições desenvolvem pesquisas na Amazônia, e é fundamental reafirmarmos ao mundo que sabemos o que é melhor para a região. Essa voz precisa ser ouvida e considerada”. A reitora destacou ainda que o 23º ENABRAPSO, primeiro realizado na região Norte, representa um marco para a Psicologia Social e fortalece alianças em defesa da vida e dos povos amazônicos.
A conselheira presidenta do Conselho Federal de Psicologia, Alessandra Almeida, ressaltou o compromisso do CFP com o fortalecimento da Psicologia Social e destacou a relevância do apoio institucional ao encontro. “Uma das ações mais significativas que realizamos foi a criação do edital de patrocínio, que nos possibilitou colaborar com eventos dessa envergadura e importância. Para nós, é uma imensa honra poder contribuir”, afirmou.
A programação aprofundou temas relacionados às lutas de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outros povos amazônicos, abordando questões como o bem viver, a luta antirracista, anticapacitista, antimanicomial, antiprisional, além de discussões sobre diversidade de gênero, sexualidade, corporeidade e brasilidade. A palestra de abertura contou com Paulo Galo (ativista e motofretista, líder dos Entregadores Antifascistas), Danielle Munduruku (indígena, docente da Ufam e militante), Joice Barbosa Becerra (pesquisadora colombo-argentina), Alessandra Almeida (psicóloga, militante do movimento feminista negro) e Agonjaí Flor de Navê (Mãe Flor, liderança religiosa de matriz africana em Manaus).
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