Seletor idioma

Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Notícias > Ufam participa da abertura do XII Encontro Nacional de Estudantes Indígenas (ENEI)
Início do conteúdo da página

Ufam participa da abertura do XII Encontro Nacional de Estudantes Indígenas (ENEI)

Acessos: 164

Na noite da última terça-feira, 5 de agosto, no Centro de Convenções Vasco Vasques, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) participou da abertura da décima segunda edição do Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI). Ao todo, são mais de 1.000 acadêmicos indígenas, de todo o país, inseridos na Educação Superior, promovendo debates sobre suas pesquisas e produções acadêmicas sob pontos de vista inter científicos. 

O evento, com o tema “Justiça Climática e Direitos Humanos: as Ciências Indígenas como rede de troca para o equilíbrio humano no mundo terrestre", é promovido pelo Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (MEIAM), Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena (FOREEIA) e pela Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (APIAM) e vai até dia 9 de agosto. Durante a abertura do evento houve um ritual com os indígenas do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi e fizeram parte da mesa de honra representantes das organizações indígenas, universidades e instituições de pesquisa. 

De acordo com uma das coordenadoras e doutoranda em História da Ufam, Izabel Cristina Silva dos Santos, da etnia Munduruku, ligada ao Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (MEIAM), essa é a primeira vez que o Encontro acontece em Manaus. “O ENEI atende as demandas coletivas dos estudantes indígenas do Brasil, compreendendo a diversidade de povos indígenas. É um espaço para apresentarmos nossas pesquisas e também de reflexões sobre políticas afirmativas e presença indígena nas universidades”, explicou a acadêmica. 

A coordenadora falou também da parceria com a Ufam. “Esse é um Encontro de  caráter inter científico e é fundamental contarmos com instituições como a Ufam, que foi criada e pensada pelos para os sujeitos da Amazônia, compreendendo as nossas especificidades. O ENEI fortalece a ciência indígena e nada melhor do que ser em Manaus, reconhecida mundialmente como uma das cidades mais indígena do Brasil, e que tem protagonizado muitos debates sobre mudanças climáticas. Além, claro, de sermos o estado referência no campo da educação escolar indígena. O ENEI fortalece os povos indígenas do Amazonas e, principalmente, a nossa presença nas universidades”, destacou a discente.

Durante a abertura, representando a reitora da Ufam, a pró-reitora de Extensão da Ufam, professora Flávia Melo, lembrou que os corpos indígenas seguem sendo tratados como territórios que podem ser invadidos, colonizados e violentados. “É por isso que estudantes indígenas têm nos ensinado, há tanto tempo, sobre o que são os corpos-territórios. É por isso, também, que os conhecimentos indígenas devem ocupar as universidades para que esse seja um espaço de legitimidade e de respeito. A Ufam, na sua atual gestão, reafirma o seu compromisso com os saberes ancestrais, com a justiça e a reparação, tão necessária”, ressaltou.

Para Eliane Boroponepa Monzilar, do povo Balatiponé Umutina, da cidade de Barra de Bugres, em Mato Grosso, o carater nacional de um Encontro que é intercultural permite que os acadêmicos indígenas busquem, de forma coletiva, uma rede de apoio que dialogue diretamente com as instituição em busca de estratégias para ingresso e a permanência desses estudantes nas universidades. “Os acadêmicos indígenas saem dos seus territórios e precisam de apoio para permanecerem na universidade. Além disso, tratamos também de pautas que podem se tornar políticas públicas, considerando os saberes indígena. O nosso conhecimento também é um conhecimento científico. Estamos lançando, aqui no ENEI, a segunda edição do livro chamado Vozes Indígenas na Saúde, pela Fiocruz, que considera o olhar indígena na formulação, na estruturação e na implementação da atual política de saúde indígena no Brasil”, finalizou a participante. 

Stand da Ufam

No espaço, coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão (Proext), haverá lançamentos de livros e roda de conversa com os autores indígenas Jaime Diakara Dessana, Justino Sarmento e Silvio Bará, Clarinda Ramos Satere Mawe; exposição dos trabalhos do Programa de Iniciação à Docência (PIBID) Equidade e o Curso Formação de professores Indígenas; defesa da tese intitulada “Aju Munduruku gase je? O que é ser munduruku hoje?”, da docente da Ufam, professora Danielle Gonzaga, do povo Munduruku; roda de conversa com as indígenas Thaís Dessana e Celeste Melgueiro; exposições de tecnologias indígenas (caxiri, artesanato, livros, quinhampira, tintas etc.) e  artesanato e grafismo YE’KWANA. Confira a programação completa do site do ENEI

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página