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Pesquisa da Ufam aponta pico de novos casos e óbitos por covid-19 no mês de maio em Manaus

Publicado: Quinta, 07 de Maio de 2020, 16h43 | Última atualização em Sexta, 22 de Maio de 2020, 15h48 | Acessos: 2903

Por Irina Coelho
Equipe Ascom Ufam

 

 

A segunda edição do boletim especial covid-19, publicada na última quarta-feira, 6, pelo Atlas ODS Amazonas aponta que, em Manaus, o pico de novos casos de covid-19 e de óbitos será no mês de maio. As projeções levam em conta os dados disponibilizados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM) e de sepultamento acompanhados pela Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) e registrados em cartórios de Manaus.

O estudo é ligado ao Programa de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCasa), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e possui parceria com o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE/AM). De acordo com o coordenador geral da pesquisa, professor Henrique dos Santos Pereira, desde o início dos casos no Estado a equipe de pesquisadores do Atlas ODS Amazonas mantém um painel interativo com os dados da covid-19. 

“Os dados são, diariamente, coletados e atualizados no painel interativo e dão suporte para a criação de projeções e painéis específicos do detalhamento da pandemia. Longe ser um valor exato é uma previsão baseada em modelos matemáticos e estatísticos, e por isso acompanhado do que chamamos de erros experimentais. Não estamos usando modelos realistas de base epidemiológica. A abordagem que utilizamos é uma combinação de análise de série histórica com ajuste de equações determinísticas”, explica. 

O coordenador destaca que o modelo que melhor se ajustou aos dados foi o da curva de crescimento logística, também chamado de crescimento assintótico. “Isto é, um padrão de crescimento que se encontra em populações biológicas na natureza. No início, a população (no caso número de infectados) cresce rapidamente, passa por momento de velocidade de crescimento máxima e desse ponto em diante continua a crescer, mas de modo desacelerado. Então, nosso modelo é revisado cada vez que uma nova observação é acrescida à série histórica”, conta.

O estudo traz também gráficos relacionados a propagação da pandemia, tendências da curva de curados versus convalescentes, óbitos registrados em cartórios de Manaus e a relação entre a covid-19 e doenças correlacionadas. Além de uma outra abordagem para construção de cenários de curto prazo da evolução da pandemia desenvolvida pelo docente da Ufam, professor Carlos Edwar de Carvalho Freitas e uma entrevista com a médica infectologista e docente da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), professora Maria Paula Gomes Mourão.  

 

Entenda a segunda edição do Boletim

No que se refere a velocidade da propagação da pandemia, o professor Henrique dos Santos Pereira informa que os pesquisadores preferiram usar uma abordagem diferente dos demais estudos. “A cada dia, calculamos o tempo que demorou para o número duplicar. Se esse tempo aumenta, significa uma redução na velocidade de propagação. Os números do último boletim apontavam para uma fase de estabilidade na velocidade que parecia estar se mantendo, sem sinais de desaceleração”, conta.

Já a relação entre a curva de novos casos de covid-19 versus a curva de curados há uma tendência de afastamento. Isso indica um maior crescimento de novos casos do que de paciente curados. “Essa é outra maneira de buscarmos entender as fases da pandemia. Se a curva de curados x doentes se aproxima da isoclina 1:1 significa que a pandemia está em sua fase descendente. Se ela se afasta, significa o contrário, como era o caso no momento do lançamento do Boletim", enfatiza o professor.

Os dados também mostram que houve um pico de sepultamentos na cidade e que os cartórios revelam grande quantidade de vítimas de morbidades relacionadas estatisticamente com a covid-19, como pneumonia e SRAG, indicando que há possível subnotificação dos casos coronavírus. “Há mortes por outras causas que acompanham numericamente o aumento de covid-19, isso indica que poderia ser morte por covid, porém não diagnosticadas como tal e sim como outras doenças respiratórias. Para os dados de Manaus, no período da pandemia, como dito no boletim, para cada declaração de óbito por covid-19 havia outras 7 por causas relacionadas”, evidência.

 

Destaque nacional

A segunda edição do boletim especial covid-19 do Atlas ODS Amazonas foi citada no Jornal Hoje da rede Globo, no dia 06 de maio. Na matéria, o professor Henrique Pereira lembrou que os números mostram uma curva ascendente e que ainda não atingiu o pico de novos casos. Os próximos passos da pesquisa, segundo o professor, inclui o monitoramento constante, atualizado diariamente, e permanente disponível no portal e sites. 

“A terceira edição do boletim está prevista para sair dia 08 de maio e será dedicada a compreender como a pandemia se comporta em Manaus e nos demais municípios do interior. Iremos desagregar os dados para analisar cada município separadamente. Essa abordagem é essencial já que, de fato, cada município deve ser considerado como uma subpopulação de uma meta-população estadual”, finaliza. 

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