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NEAI reúne reflexões dos discentes indígenas durante a pandemia

Publicado: Quinta, 23 de Abril de 2020, 09h04 | Última atualização em Sexta, 22 de Maio de 2020, 15h45 | Acessos: 2222

Por Irina Coelho
Equipe Ascom Ufam 

 

O Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (NEAI), ligado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas (PPGAS/Ufam), disponibiliza textos referentes às reflexões ameríndias em tempos de pandemia. O material foi produzido pelos alunos indígenas do Núcleo e traz uma série de relatos sobre as suas vivências em um contexto que a vida coletiva está vulnerável.

Em um dos textos, assinado pelo doutorando da etnia Tuyuka, Justino Rezende, é possível, por meio da memória afetiva do discente, entender a relação dos indígenas com aqueles que vinham antes, os avós são considerados sábios. Outra reflexão feita por Justino aborda a singularidade dos rituais fúnebres dos povos do noroeste amazônico e do povo Yanomami.

Há ainda as experiências da mestranda Jonilda Gouveia, indígena Tariano, que relata o isolamento social como uma prática comum do seu povo para fugir das doenças dos ‘brancos’. Já o doutorando Silvio Barreto, da etnia Bará, apresenta rituais de cura em torno do leite e espuma de Buiuiu.  

O doutorando João Paulo Barreto aborda a relevância dos valores fundamentais do seu povo, como a solidariedade e o cuidado com as pessoas, no atual modelo de vida social, político e econômico. No texto do doutorando Dagoberto Lima Azevedo, indígena Tukano, há uma reflexão sobre a união da esterilização tradicional yepamahsà e as orientações das autoridades sanitárias dos não indígenas. Por último, a mestre Liliane Lizardo, egressa do PPGAS, traz o impacto da covid-19 entre o povo hupd’äh.     

Segundo o coordenador do NEAI, professor Gilton Mendes dos Santos, a ideia do material foi analisar, a partir da lógica indígena, os riscos e perigos da covid-19. “As reflexões, curtas e diretas, nos possibilitam um ponto de vista diferente sobre a pandemia. Nos momentos em que a vida coletiva é colocada em questão, as práticas indígenas nos trazem ensinamentos históricos. O isolamento social, há anos, é uma das estratégias utilizadas pelos povos tradicionais em momentos de vulnerabilidade. As doenças sempre tiveram um impacto violento nessas comunidades e o fato de termos alunos indígenas na Ufam nos permite ter contato direto com esses saberes e essas perspectivas outras”, explica.

Além dos textos, o NEAI disponibiliza também áudios com relatos locais dos alunos de diferentes etnias durante a pandemia.

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