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Ufam e Embrapa participam da Feira da Laranja de Rio Preto da Eva levando tecnologias para a citricultura amazonense

  • Publicado: Quarta, 04 de Setembro de 2019, 10h06
  • Última atualização em Sexta, 20 de Setembro de 2019, 10h42
  • Acessos: 1598

Por Maria José Tupinambá - Ascom Embrapa
Edição: Ascom Ufam 

 

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Embrapa Amazônia Ocidental participaram da 20.ª Feira da Laranja do Município de Rio Preto da Eva, AM (a 80 km de Manaus), apresentando novas tecnologias para a citricultura amazonense. Com informações a respeito dos novos portas-enxertos e copas de laranjeiras que poderão oferecer maior diversidade e produtividade aos plantios do estado do Amazonas, as instituições estiveram com estande na feira nos dias 30, 31 de agosto e 1.º de setembro.

A laranja, no Estado do Amazonas, apesar de não figurar como principal cultura de importância econômica, tem ampliado áreas de cultivo já ultrapassando 4.000 hectares. Rio Preto da Eva figura como o município com mais de 30% da área plantada no Estado.

A parceria da Ufam e Embrapa está sendo realizada por meio do Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa (Pró-Estado), que visa fortalecer e ampliar a formação de recursos humanos em nível de pós-graduação stricto sensu, além de apoiar, com recursos financeiros, a melhoria da infraestrutura de pesquisa de instituições vinculadas ao Governo do Estado do Amazonas.

Nos últimos anos vêm sendo realizadas pesquisas em parceria pela Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA), Universidade Federal do Amazonas, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e outros órgãos do Governo do Estado do Amazonas, como Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (ADAF), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Secretaria de Produção Rural do Amazonas (SEPROR), além do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA).

O professor José Ferreira, da Faculdade de Ciências Agrárias da Ufam, explica que o trabalho começou em 2010, e a partir de então foram realizados três projetos envolvendo várias parcerias que visam o desenvolvimento da citricultura no Amazonas. 

O primeiro projeto realizado de 2010 a 2012 foi “Desenvolvimento da Citricultura e Implantação do Modelo de Produção Integrada no Estado do Amazonas”; o segundo, de 2013 a 2016, com o título “Pesquisa e Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento da Citricultura no Estado do Amazonas”; e o atual, com vigência de 2018 a 2020, “Avaliação de novas combinações de copas/porta-enxertos, manejo fitossanitário e boas práticas de cultivo, em citros no Estado do Amazonas”.

Entre os problemas enfrentados na citricultura, destaca-se a dependência de porta-enxertos suscetíveis às doenças do declínio e da morte súbita, deixando o mercado consumidor no estado do Amazonas praticamente preso à laranja pera e o produtor ao uso do porta-enxerto que tem os problemas também de gomose, que é uma doença fatal aos citros.

Diante desses problemas, as equipes da Embrapa e da Ufam implantaram em 2013 o projeto de Pesquisa e Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento da Citricultura no Estado do Amazonas, em parceria com a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e Fapeam. Esse projeto visa a diversificação de copas e de porta-enxertos como boas opções para o citricultor do Amazonas.

Os novos porta-enxertos e copas são provenientes da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) e foram plantados para avaliação no Amazonas, estando atualmente com a colheita da safra do quinto ano. Foram plantados em três propriedades de produtores parceiros: na Fazenda Panorama, em Rio Preto da Eva; Fazenda Canaã e o Brejo do Matão, em Manaus, estrada BR-174. Essas três propriedades adotaram essas copas sobre porta-enxertos que estão dando bons resultados. Segundo José Ferreira, os resultados são preliminares por que ainda falta colher a safrinha, mas já poderiam ser indicados previamente as copas laranja pera, valência e rubi, porque dariam boa produção. Quanto aos porta-enxertos, há três que estão se sobressaindo com bom desempenho sobre as copas: Riverside, Índio e outro que está em processo de registro no Ministério da Agricultura. Esse conjunto de recomendações será indicado para os produtores do Amazonas em breve.

Essas combinações permitem a resistência às doenças e alta produtividade. O pesquisador Marcos Garcia, da Embrapa Amazônia Ocidental, informa que hoje com a copa da variedade pera, a produtividade média da laranja no Amazonas fica entre 17 a 20 toneladas por hectare, mas mesmo considerando essa mesma variedade, em um pomar bem conduzido, pode chegar a 30 toneladas por hectare.

O pesquisador ressalta que o mais importante das novas variedades de copa não é somente a produtividade, mas a possibilidade do agricultor cultivar variedades de citros com produção precoce, de meia estação ou tardia, garantindo safras durante todo o ano. Cita por exemplo, a variedade ‘rubi’ que é precoce, a ‘pera’, que é de meia estação e a ‘valência’ que é tardia. “Então essas três variedades plantadas numa mesma área, proporcionarão produção ao longo do ano inteiro”.

Com relação aos porta-enxertos, explica que também tem influência na produtividade a combinação da copa e porta-enxerto. Mas o aspecto mais importante é dar maior longevidade ao pomar, por que os pomares de laranja que são copas de laranja pera enxertada em limão cravo tem uma longevidade máxima de 12 a 14 anos, pois começam a fase produtiva no quinto ano, então produzem frutos somente por cinco a seis anos. Porque à medida que vai envelhecendo, vai havendo mortalidade por doença, principalmente por gomose, morte súbita e declínio (pois o limão cravo não é resistente). Já os Citrandarins, que são os porta-enxertos Índio, Riverside e San Diego, têm uma tolerância maior a essas doenças, além de manter a produtividade, proporcionam  pomares com vida útil maior.

A linha de pesquisa de diversificação de porta-enxerto e copa é apenas uma das linhas do projeto, que tem também por objetivo o aspecto do manejo do pomar.

O professor Ferreira cita que já se conseguiu excelentes resultados com a adoção de plantas de cobertura, por que se diminui o uso de herbicida, recicla os nutrientes e diminui a diversidade de plantas invasoras no pomar. Ele cita como exemplo, a braquiária ruziziensis, que é uma planta de cobertura, testada no experimento em Iranduba durante três anos e que obteve um desempenho de 100% de eliminação do mato. Esse resultado já está sendo adotado por alguns produtores. “É muito interessante ver o produtor usando o resultado da pesquisa”, comemora.

Essas informações foram apresentadas em folhetos e materiais expostos e distribuídos na 20.ª Feira da Laranja, mostrando os resultados de pesquisa ao longo desses anos.

Mais informações sobre essas pesquisas com citricultura no Amazonas podem ser consultadas em http://citrosamazonas.ufam.edu.br/

 

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