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Ciclo de palestra discute Síndrome de Sjögren, na FM

  • Publicado: Segunda, 12 de Agosto de 2019, 10h10
  • Última atualização em Segunda, 12 de Agosto de 2019, 10h27
  • Acessos: 2188

Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom Ufam

O ciclo de palestra,  ‘Síndrome de Sjögren – além da cura’, ocorrido nos dias 9 e 10, no auditório Dr. Zerbini, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (FM/Ufam), reuniu médicos especialistas de diferentes áreas do conhecimento, professores e residentes para discutir de maneira ampla a enfermidade, visando um estudo sistêmico. O auditório fica localizado na Rua Afonso Pena, bairro Praça 14 de janeiro.    

Para a coordenadora do ciclo de palestras, professora do Departamento de Clinica Médica da FM, Rosana Barbara de Souza, devido ser bastante comum a enfermidade, é de extrema relevância a discussão do tema. Por conta disso, a docente disse que o ciclo de palestra foi o resultado da ausência de estudo mais profundo que necessitou explorar o tema para que informações sejam divulgadas sobre a enfermidade. Nesse sentido, o evento apresentou perfil multiprofissional, relatou a professora que entende que o tratamento da doença não se concentra somente na reumatologia, mas exige a atuação de outras especialidades, tais como odontologia, oftalmologia, oncologia e outras.

“Por se tratar de uma doença heterogênea e sistêmica, que envolve o comprometimento de vários órgãos do sistema e especialidades, a realização do evento tem a característica multiprofissional. Esse é o grande diferencial que envolve todos os setores da Universidade e profissionais convidados de fora da Instituição”, completou.

O presidente da Associação Brasileira de Reumatologia e professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC/Campinas), José Roberto Provenza disse que a Síndrome de Sjögre compõe quadro de mais 100 doenças reumáticas que ocupam lugar de destaque no diagnóstico e tratamento. O presidente dá importância ao trabalho não somente do reumatologista, mas do clínico geral, do oftalmologista, do otorrino e de outros, acreditando que a enfermidade necessita de uma visão larga e extensa.

“Portanto, é importante que o tema de tamanha monta possa ser discutido na Universidade”, disse o docente, que entende que a difusão do conhecimento, sobretudo, as doenças reumáticas carecem de informação que não seja restrita ao acadêmico residente e médico, mas também ao leigo e que seja transmitida de maneira simples.

O especialista disse que, se o paciente for portador de dor articular, fadiga, secura ocular, oral e vaginal, é importante que se procure o reumatologista para que possa fazer o diagnóstico precoce. “Essa é uma doença que afeta os olhos, as glândulas salivares e exócrinas com acometimento neurológico, pulmonar e renal graves, pois é uma doença sistêmica. A freqüência da doença é importante para que possamos falar aos residentes da Universidade, assim como aos leigos, um pouquinho dessa informação”, comentou o presidente.  

“Os doentes da síndrome acabam perambulando de consultório a consultório em busca de um diagnóstico. São pacientes que se queixam de fadiga, cansaço, alterações visuais e oculares. Em muitos casos apresentam secura vaginal, incidindo dores nas relações sexuais em que o ginecologista desconhece a patologia. Em nossa especialidade, a reumatologia deve cuidar do doente de maneira multiprofissional. Não adianta entender que ela tenha que ficar no seu nicho, porque temos facetas, interfaces com outras áreas”, afirmou.

A presidente da Sociedade Amazonense de Reumatologia, Maria do Socorro Albuquerque, disse que é a primeira vez que acontece no Amazonas um encontro nesse formato. Ela conta que a discussão se faz no âmbito da área de reumatologia, mas de forma isolada, pois é a primeira vez que é discutida de forma ampla no Amazonas. Para a presidente, a divulgação no contexto acadêmico é muito bom para que haja estudos científicos, bem como para diagnóstico de pacientes e tratamento. “Quanto mais divulgarem os sintomas da doença, mais diagnósticos serão realizados e mais pessoas serão beneficiadas com o tratamento”, finalizou a presidente.                    

O que é?

A Síndrome de Sjögren é uma doença autoimune que afeta as glândulas produtoras de lágrimas e saliva, causando olhos e boca seca. A doença pode, ainda, afetar outras partes do corpo, podendo causar problemas também aos rins e aos pulmões, por exemplo.

Causas

A causa da Síndrome de Sjögren ainda é desconhecida, mas sabe-se que se trata de uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca as células e tecidos saudáveis do corpo por engano. Neste caso, o alvo desses ataques são, geralmente, as glândulas lacrimais e salivares. No entanto, a síndrome também pode afetar as articulações, músculos, a tireoide, os rins, fígado, pulmões, a pele, vagina e até mesmo os nervos.

Causas ambientais e genéticas são relacionadas à ocorrência da doença, embora os médicos ainda não saibam afirmar com certeza se alguns genes específicos ou algum comportamento em especial estejam diretamente envolvidos nas causas da Síndrome de Sjögren.

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