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Projeto da professora Maria Teresa Lopes, da FCA, é aprovado pela Capes e vai contribuir no combate a crimes ambientais na Amazônia

  • Publicado: Sexta, 11 de Dezembro de 2020, 15h32
  • Última atualização em Quarta, 23 de Dezembro de 2020, 15h44
  • Acessos: 2336

Por Juscelino Simões
Equipe Ascom

A vice-diretora da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (FCA/Ufam), professora Maria Teresa Gomes Lopes, teve projeto aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que tem como objetivo gerar metodologias que vão fundamentar a fiscalização no combate a crimes ambientais. O projeto intitulado “Distribuição de espécies arbóreas na Amazônia brasileira e estudos sobre procedência de madeiras para fiscalização do desmatamento ilegal”, foi aprovado, entre outros de universidades e institutos brasileiros, no Programa de Cooperação Acadêmica em Segurança Pública e Ciências Forenses, e servirá de apoio na fiscalização contra o desmatamento, como também contribuir na geração de conhecimento e formação de estudantes.

O resultado final do edital 16/2020, referente ao Programa de Cooperação Acadêmica em Segurança Pública e Ciências Forenses (Procad), que aprovou vários projetos, foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) dessa sexta-feira, dia 11 de dezembro. O projeto foi construído para estreitar laços de cooperação nacional entre a Universidade Federal do Amazonas, hora representada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA) e Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais (PPGCIFA), com a Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp- campus de Ilha Solteira em São Paulo), representada pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia e com a Superintendência da Polícia Federal do Amazonas para a evolução das ciências forenses e obtenção de resultados de pesquisa visando subsidiar os laudos dos peritos da Polícia Federal do Amazonas em crimes ambientais, na extração ilegal de madeiras com foco interdisciplinar (genética forense, crime ambiental e processamento do local do crime).

A proposta do projeto tem como objetivo a formação de recursos humanos qualificados, a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico relacionado a estudos de distribuição de espécies arbóreas na Amazônia Brasileira para construir indicadores de políticas públicas relacionadas à conservação de espécies madeireiras e buscar estratégias para o rastreamento das espécies mais afetadas quanto ao desmatamento ilegal.

“O projeto é relevante para o PPGCASA e PPGCIFA da Ufam para a geração de conhecimento e formação de estudantes, com professores desses dois programas envolvidos. O programa parceiro desse Procad é o Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Unesp de Ilha Solteira em São Paulo. A nossa proposta temática de pesquisa e inovação tecnológica visa agregar competências interinstitucionais: Ufam, Unesp, Polícia Federal, Embrapa Florestas e Embrapa Amazônia Ocidental para a geração de conhecimento e tecnologias associadas ao desenvolvimento das ciências forenses no combate contra crimes ambientais relacionados ao desmatamento ilegal da nossa floresta”, afirmou a professora Maria Teresa Lopes.

Execução do projeto

O projeto será executado numa ação multi-institucional e interdisciplinar envolvendo, além das instituições cooperantes, outros colaboradores de institutos que foram credenciados nos programas de pós-graduação cooperantes, como a Embrapa Florestas e Embrapa Amazônia Ocidental. O plano de trabalho, se insere então numa proposta de projeto temático de pesquisa e inovação tecnológica que visa agregar competências interinstitucionais e otimização de recursos técnicos, humanos e financeiros na geração de conhecimento e tecnologias associadas para o desenvolvimento das ciências forenses.

A proposta técnico-científica está centrada no estudo da distribuição natural das principais espécies florestais da Amazônia, situadas no “arco do desflorestamento”, nas imediações da BR 230, BR 174 e BR 319, e que se encontram em situação de vulnerabilidade com a derrubada da Floresta. Dados climáticos do período atual, sobre a região Amazônica, serão obtidos de duas redes de estações meteorológicas, uma do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e outra da Agência Nacional de Águas (ANA). As séries climáticas deverão possuir pelo menos 20 anos de dados históricos.

A modelagem da predição da ocorrência das espécies florestais será feita utilizando dados climáticos do período atual e dos cenários futuros obtidos no site do Worldclim e serão gerados mapas das variáveis bioclimáticas para dimensionar os riscos climáticos sobre populações naturais de espécies florestais madeireiras. A redução da cobertura florestal no “arco do desmatamento” no Amazonas será monitorada utilizando o Sistema Planet que é usado pela Polícia Federal.

Serão definidas ao longo do projeto metodologias para amostragem de madeira apreendida e otimizado protocolo para extração de DNA de câmbio, visando proporcionar melhoria no processamento do local do crime. Amostras de madeiras serão obtidas da área de estudo para a construção de banco de informações de espécies florestais madeireiras para estudos de rastreamento de procedência. As ferramentas de estudo para análise de procedência serão análises genômicas e isótopos estáveis. Com o desenvolvimento da presente proposta, a interação entre as instituições será viabilizada por missões de estudo, mobilidade discente, missão de docência e pesquisa e aperfeiçoamento à nível de pós-doutoramento, além oficinas, cursos de curta duração, oferecimento de disciplinas concentradas, utilização de estruturas de campo e laboratoriais para execução de atividades, publicação conjunta de trabalhos científicos e, possivelmente, o estabelecimento de patentes num futuro próximo relacionados a dados genômicos de origem das espécies.

O conhecimento gerado em distribuição das espécies, desmatamento e origem de madeira visando a aplicação forense fornecerão subsídios ao aprimoramento de políticas públicas voltadas à conservação das espécies florestais e a proposição de medidas de mitigação dos impactos relacionados ao desmatamento ilegal, com informações úteis para a fiscalização de madeira junto a Perícia Criminal, que é responsável pelas provas técnico-científicas para a contenção de crimes no setor florestal no estado do Amazonas.

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