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Minicurso ‘Química dos alcaloides’, ministrado por professor da Ufam, é um dos mais acessados no canal da Divisão de Produtos Naturais da SBQ

  • Publicado: Terça, 06 de Outubro de 2020, 14h40
  • Última atualização em Quarta, 07 de Outubro de 2020, 17h23
  • Acessos: 2313

O professor do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal do Amazonas (DQ/ICE/Ufam), Emmanoel Vilaça Costa ministrou na semana passada, dia 30 de setembro e 1º de outubro (quarta e quinta-feira), o minicurso a ‘Química dos alcaloides aporfinoides e propriedades farmacológicas’. O minicurso foi ofertado pela Divisão de Produtos Naturais da Sociedade Brasileira de Química (DPN/SBQ) no Youtube que promove uma série de palestras e minicursos para o público da área.

O minicurso ‘Química dos alcaloides aporfinoides e propriedades farmacológicas’, ministrado pelo professor Emmanoel Vilaça Costa, é um dos mais acessados da Divisão de Produtos Naturais da SBQ (parte 1 e parte 2), é gratuito e está à disposição do público no Youtube. Teve como proposta ampliar o conhecimento acerca da Química e propriedades farmacológicas dos alcaloides aporfinoides, uma subclasse de alcaloides com importantes propriedades farmacológicas. São encontrados em algumas famílias de plantas com maior ocorrência em Annonaceae, Lauraceae, Monimiaceae, Menispermaceae, Hernandiaceae e Ranunculaceae. Entre estas, a Annonaceae, família da graviola, ata, fruta do conde, pinha, atemoia e cherimoia pode ser considerada a maior representante dessa classe de alcaloides.

Quimicamente, os alcaloides aporfinoides podem ser definidos como sendo bases tetracíclicas formadas pelo acoplamento oxidativo direto dos anéis A e C de um típico núcleo benziltetraidroisoquinolino. Atualmente acredita-se que mais de 650 representantes já foram descritos e esse número ainda se encontra em plena expansão com a descoberta de novas moléculas. Entre os mais de 650 alcaloides descritos, dois já são amplamente usados como produtos farmacêuticos, a boldina e a apomorfina. A boldina é usada para o tratamento sintomático de distúrbio digestivo leve e como adjuvante na constipação, além de propriedades antioxidantes e para disfunção hepatobiliar. Já a apomorfina é um clássico agonista do receptor D1 e D2 da dopamina, e tem sido usado na terapia da doença de Parkinson e impotência.

Apesar de apenas duas substâncias dessa classe serem usadas como produto farmacêutico, o potencial farmacológico nos últimos 20 anos desses alcaloides tem sido muito promissor com várias substâncias com significativas atividades farmacológicas que incluem propriedades citotóxicas contra linhagens de células tumorais humanas, leishmanicida, tripanocida, antimalárica, larvicida, antimicrobiana, sedativa, anticoagulante, antiviral, antiarrítimica, antioxidante, entre outras. Atividades estas atribuídas aos alcaloides aporfinoides já conhecidos, bem como novos representantes.

O palestrante abordou uma breve introdução sobre o conceito de alcaloides em geral e alcaloides aporfinoides, metodologia de extração, análise e identificação estrutural, propriedades farmacológicas, e resultados prévios do grupo de pesquisa GEQBiom (Grupo de Estudos Químicos de Biomoléculas) do DQ/ICE/Ufam.

“Os alcaloides são substâncias que estão no nosso dia a dia, mas infelizmente não são conhecidos pela maioria da população. Estão presentes na bebida mais tomada do mundo: o café (cafeína). Foi e ainda é utilizado no tratamento da malária (quinina), alguns no tratamento do câncer, como os alcaloides da vinca (por exemplo: vimblastina e vincristina). Outros são problemas de saúde pública mundial como: a cocaína e a heroína. Apesar dos usos positivos e alguns negativos, são substâncias com promissoras propriedades farmacológicas, tais como: anticâncer, leishmanicida, tripanocida, antioxidante, antimicrobiana, antiviral, efeito vasodilatador, tratamento do mal de Parkinson, antidepressivo, vasorrelaxante, entre outras. São substâncias que ao longo da nossa história vêm sendo utilizadas e tem atraído financiamento em pesquisa para que possamos investigar mais e mais as suas propriedades farmacológicas em busca de novas substâncias com promissoras atividades biológicas”, destacou o professor Emmanoel Costa.

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