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Mário Ypiranga Monteiro e Moacir Andrade inauguram nova forma de pensar antropologia no contexto amazônico, diz pesquisa

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O círculo de relações com folcloristas ou antropólogos, influenciou os trabalhos de pesquisa de Mário Ypiranga Monteiro e Moacir Couto de Andrade

A pesquisa, “Trajetórias de vida e antropologia em Mário Ypiranga Monteiro e Moacir Andrade”, coordenado pelo professor titular em Antropologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sérgio Ivan Gil Braga, inaugura uma nova forma de pensar antropologia no contexto amazônico que está baseada em um conhecimento prático, consubstanciada nas próprias vivências e nas etnografias produzidas.

Por Sebastião de Oliveira, equipe Ascom

Esses são os resultados apresentados pelo Grupo de Pesquisa NAURBE – Cidades, culturas populares e patrimônios sobre a pesquisa que aborda o cotidiano amazonense nas produções textuais, fotografias, pinturas e desenhos de dois amazonenses que alcançaram notoriedade a partir de meados do século passado, e os contatos pessoais que mantiveram com outros pesquisadores e escritores. Mário Ypiranga Monteiro (1909-2004) e Moacir Couto de Andrade (1927-2016) tiveram um proposito que os levou a Antropologia, ao círculo de relações com folcloristas ou antropólogos, os quais tiveram influência em seus trabalhos, ou na forma como condu­ziram suas pesquisas de campo, como também as relações com os seus colaboradores sobre os quais reuniram informa­ções, além de características e estilos de escrita encontrados na produção textual de cada um deles.

Conhecimento prático

Sérgio Ivan entende que “ainda há muitos caminhos a percorrer, nas trajetórias de vida e antropologia em Mário Ypiranga Monteiro e Moacir Andrade, bem como a outros autores que trabalharam na região.  Quando se trata de as­sumir o desafio de escrever sobre o pensamento antropológico da Amazônia, sob o signo do folclore e da cultura popular. Re­conhecemos, que empreendemos os primeiros passos nesse sentido, com vistas a explorar várias perspectivas de estudo e interpretações sobre diferentes temas da cultura amazônica. Com muita satisfação, encontramos em Mário e Moacir, uma antropologia baseada em um conhecimento prático, consubstanciada nas próprias vivências desses autores e nas etnografias que produziram em suas bibliografias”.

De acordo como o coordenador da pesquisa, as elaborações teóricas, no âmbito do folclore e da antropologia, assumiram a feição de um ‘conhecimento prático’, fundamentado na realidade dos autores e nas relações estabelecidas com os seus interlocutores de pesquisa. Braga acredita que Mário e Moacir podem ser vistos como verdadeiros ‘guardiões’ da cultura local de Manaus e regional, no âmbito do Estado do Amazonas. “Entendimento esse, nem sem­pre acessível a um público mais amplo, que não raro atribuiu aos ditos 'folcloristas', a pecha de um conhecimento saudosis­ta ou ultrapassado”, completou o docente.

Métodos de pesquisa

A natureza da pesquisa priorizou consultas as bibliografias dos autores e fontes primárias envolvendo documentos, correspondências (no caso de Mário Ypiranga), desenhos e pinturas (no caso de Moacir Andrade), originais de livros, artigos publicados em jornais, objetos pessoais (cadernos e cadernetas de campo, no caso de Mário Ypiranga), fotografias, dentre outros. Foi feito fichamento do material pesquisado, com vistas a análise e produção textual dos resultados da pesquisa. Os equipamentos utilizados foram computadores, impressora, projetor de vídeo, imprescindíveis para o tratamento das informações de pesquisa.  O maior investimento na pesquisa, entretanto, foi o potencial humano, que representou mais de dois anos de dedicação quase que diária, envolvendo consultas as bibliografias, fontes primárias, obras artísticas, fichamentos e escritas das produções antropológicas dos autores.

Influência de autores

Foram pesquisados nos autores, vários temas da cultura regional do Amazonas e da cidade de Manaus, envolvendo expressões materiais e imateriais, como festas religiosas e populares, trabalhadores ou artífices em meio urbano ou rural, mitologias amazônicas, cultivos e beneficiamentos de produtos regionais (mandioca, guaraná), artefatos, grupos folclóricos etc. Observa-se a predominância dos estudos de campo, com ênfase na observação participante, resultando em elaboradas etnografias. Há certa influência nos autores da Antropologia Cultural de Franz Boas e, de forma mais explícita, em Mário Ypiranga Monteiro, citações textuais do próprio Boas, como também de Ruth Benedict, antropóloga norte-americana, orientanda de Boas.

Sérgio Ivan observa também em Mário Ypiranga, ideias e citações da antropologia clássica inglesa, com destaque para o antropólogo Bronislaw Malinowski. Por outro lado, Moacir Andrade prioriza para descrição, certas memórias vividas no passado, não raro em seu tempo de criança e adolescência, lançando mão do recurso de narrativas de situações e acontecimentos vários, considerados importantes para este autor, na abordagem dos temas amazônicos.

Divulgação da pesquisa

A partir da pesquisa, houve o desdobramento em um vídeo documentário de 6m30s, com a participação de toda a equipe da pesquisa, explicando ao público, os objetivos, procedimentos e resultados alcançados. O título do vídeo é o mesmo atribuído ao projeto de pesquisa: “Trajetórias de vida e Antropologia em Mário Ypiranga Monteiro e Moacir Andrade”. O vídeo documentário pode ser acessado no Canal do Grupo de Pesquisa NAURBE pelo Youtube: https://youtu.be/zZlWTQQrQDk.

Além disso, foram produzidos dois livros, um autoral e outro coletânea de textos, seguem abaixo:

- Braga, Sérgio Ivan Gil. Trajetórias de vida e Antropologia em Mário Ypiranga Monteiro e Moacir Andrade. / Sérgio Ivan Gil Braga. – Manaus: Editora Valer, 2025. 176 p. ISBN 978-65-5585-594-4.

- Braga, Sérgio Ivan Gil, org.  Mário Ypiranga Monteiro e Moacir Andrade em perspectiva. / Organizado por Sérgio Ivan Gil Braga. – Manaus: Editora Valer, 2025.  240 p. ISBN 978-65-5585-597-5.

Lançamento dos livros

Os livros serão lançados no dia 04 de julho de 2025, às 17h30min, no Salão Verde da Livraria e Editora Valer, localizada no Largo de São Sebastião, Manaus (AM). Convidamos a todos os interessados para a sessão de lançamento dos livros!

Equipe da pesquisa e membros do Grupo de Pesquisa NAURBE – Cidades, culturas populares e patrimônios:  

Coordenação

Professor Titular em Antropologia da Ufam, Sérgio Ivan Gil Braga

Colaboradores

Glacy Ane Araújo de Souza dos Santos

João Paulo Costa Braga da Silva

Rodrigo Fadul Andrade

Valter Frank de Mesquita Lopes

 Financiamento da pesquisa

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) - Programa Humanitas CT&I – Edital nº 005/2022 - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI) – Governo do Estado do Amazonas.

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