Seletor idioma

Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Divulgação Científica > Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico (CDEAM) desenvolve pesquisa em célula a combustível
Início do conteúdo da página

Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico (CDEAM) desenvolve pesquisa em célula a combustível

Acessos: 2591

CDEAM busca soluções inovadoras e aderentes à realidade amazônica no tocante a produção de energia limpa 

Por Juscelino Simões (edição) e o docente Rubem Cesar (texto base)

O Centro de Desenvolvimento Energético Amazônico (CDEAM), órgão suplementar da Universidade Federal do Amazonas, desde sua criação busca soluções inovadoras e aderentes à realidade amazônica no tocante às soluções energéticas. Nesse sentido, no ano de 2010, via o Edital MCT/CNPq/CT-Energ Nº 04/2010, aprovou o projeto intitulado “Capacitação do CDEAM em Célula a Combustível”, cuja proposta e coordenação foi do diretor, professor Rubem Cesar Rodrigues Souza.

Mas, afinal de contas o que é uma célula a combustível e qual a sua fonte de energia? O professor Rubem Cesar esclarece que célula a combustível (CaCs) ou Fuel Cells, é uma tecnologia conhecida a mais de 180 anos, consistindo em um equipamento que converte a energia química fornecida por um combustível e um agente oxidante (elemento que libera oxigênio) em energia elétrica e vapor d´água. Há várias tecnologias de células a combustível. Atualmente o combustível que apresenta melhores resultados é o hidrogênio, podendo este ser obtido a partir de várias outras substâncias, tais como, a água, o etanol, o gás natural, o biogás dentre outros. Registre-se que o hidrogênio é o elemento químico mais simples e mais abundante que se conhece em todo o universo.

O docente esclarece que o projeto possibilitou montar uma infraestrutura de laboratório com uma célula a combustível de 1,5 kW e tensão de saída de 220 V, painel elétrico, eletrolizador (produção de hidrogênio), tanque de armazenamento de hidrogênio e sistema fotovoltaico com 16 painéis de 130 Wp e 12V cada. A rota tecnológica escolhida para produção do hidrogênio consistia em extraí-lo da água (H2O), sendo a energia necessária para quebra da molécula produzida pelo sistema solar fotovoltaico.

Quais as vantagens dessa tecnologia?

De acordo com o diretor do CDEAM, a geração de energia elétrica com célula a combustível é silenciosa, não produz vibrações, não há combustão, não emite particulados, não há emissão de gases ácidos e, dependendo da rota tecnológica escolhida não emite gases de efeito estufa. A partir dessa tecnologia é possível imaginar a eliminação das redes de distribuição de energia elétrica eliminando os problemas técnicos e de poluição visual associado às mesmas, uma vez que cada edificação, uma vez dotada de uma célula a combustível, poderá gerar a energia necessária para suprir sua demanda, por ser uma tecnologia compacta.

Fala-se de hidrogênio verde, azul, cinza... do que se trata?

“Atribuir cores para o hidrogênio foi a forma adotada para se referir a origem do hidrogênio. O verde é quando se utiliza na sua produção energia renovável como a eólica e a solar; o rosa é quando se utiliza energia nuclear; o cinza é quando se utiliza combustíveis não renováveis, como o diesel, gás natural e carvão mineral; por sua vez o hidrogênio azul é decorrente do uso do gás natural em um processo que se pressupõe possibilitar a captura e armazenamento de carbono, afirmação essa contestada por alguns pesquisadores”, destacou Rubem Cesar.

Qual o potencial de mercado dessa tecnologia em nível nacional e mundial?

O diretor afirma que grandes corporações estão investindo no desenvolvimento dessa tecnologia. O Brasil se apresenta como um player (jogador) importante no tocante à produção de hidrogênio para exportação, particularmente na região nordeste. Para tal, seria utilizada como fonte de energia elétrica a produzida pelos parques eólicos e como fonte do hidrogênio a água do mar, dada a sua proximidade com os parques eólicos e portos com capacidade para receber as embarcações que transportariam o hidrogênio para fora do país.

Para a Amazônia qual a perspectiva de uso dessa tecnologia?

Com o aumento da frota de veículos elétricos no cenário nacional e mundial se apresenta como um fator para redução dos custos das células a combustível. Por outro lado, a Amazônia em geral e o estado do Amazonas em particular, apresentam diversas fontes de recursos energéticos com potencial para produção de hidrogênio, desde o gás natural até as fontes renováveis como a biomassa na produção de biogás ou ainda o bioetanol proveniente da mandioca.

O docente afirma que o cenário para célula a combustível no Brasil e no mundo era muito diferente do que é hoje, ou seja, com muitas incertezas sobre seu desenvolvimento. “Atualmente não há dúvidas que célula a combustível é uma tecnologia que caminha para ampliar sua participação na geração de energia elétrica no cenário mundial e nacional, sendo de extrema relevância acompanhar esse processo e capacitar futuros profissionais a lhe dar com essa tecnologia”, afirmou.

registrado em:
Fim do conteúdo da página