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Daest publica Guia de Prevenção ao Suicídio

Publicado: Segunda, 16 de Setembro de 2019, 12h20 | Última atualização em Terça, 17 de Setembro de 2019, 16h34 | Acessos: 1845

Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom

No mês em que se promovem diversas ações de combate ao suicídio, a Ufam, por meio do Departamento de Assistência Estudantil (Daest), publica o Guia Informativo sobre a Prevenção do Suicídio para orientar a comunidade acadêmica sobre como abordar o assunto.

Criado em 2003, pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o dia 10 de setembro foi adotado como o Dia mundial da Prevenção do suicídio. Por isso, no mundo todo, várias ações são realizadas durante o mês de setembro para chamar a atenção para este problema.

Produzido pelos psicólogos da Coordenação de Desenvolvimento Estudantil do Daest, o documento reúne informações importantes sobre a temática e qual a forma adequada de tratá-la. De acordo com dados da OMS, em média 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano, sem contar as tentativas, o que coloca o suicídio como a 13ª causa de mortes no mundo. “O Guia é uma estratégia de prevenção por meio de informações e ações simples que podem ajudar as pessoas. Ele mostra que não precisa ser um especialista, mas que todo mundo pode ajudar de alguma forma”, informa Josiane Medeiros, uma das psicólogas do Daest.

Elaborado a partir de documentos publicados pelo Ministério da Saúde e pela Secretária Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o Guia Informativo foi desenvolvido a partir da necessidade de suscitar a discussão do tema no meio acadêmico de forma a desmistificá-lo e, desse modo, colaborar para vidas sejam poupadas.

“Percebemos o desespero das pessoas por não saberem abordar o suicídio. O Guia veio com essa proposta de falar do tema como uma questão de saúde pública e não como um tabu de que não se pode fazer nada, que só quem pode ajudar é um psicólogo ou psiquiatra. Ele vem com a escrita um pouco mais leve para tentar abranger todo o público da Universidade”, comenta Josiane.

Fatores de risco e de proteção

De acordo com os psicólogos responsáveis pela iniciativa, o Guia destaca tanto os fatores de risco, aqueles que indicam quando a pessoa pode estar considerando tirar a própria vida, quanto os fatores de proteção, ou seja, o que é possível fazer para evitar que o ato ocorra. “O conhecimento dessas informações é que vai dar o norte para que eu saiba diferenciar se uma pessoa está em um nível de sofrimento maior, que ela não consegue dar conta, e que talvez ela esteja precisando de ajuda. É preciso conhecer os fatores de risco”, ressalta a profissional.

Entre os fatores de risco estão transtornos mentais como a depressão, indicadores sócio-demográficos (pessoas do sexo masculino entre 15 e 35 anos, por exemplo), e psicossociais, entre os quais ansiedade intensa, perdas recentes e baixa autoestima. “Se eu sei que uma pessoa na minha casa está pensando em suicídio, e eu tenho uma arma de fogo, tenho que deixar esse meio fora do alcance dela, é um fator de proteção para a pessoa”, aponta Medeiros.

Segundo a OMS, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, bastando para isso a intervenção de pessoas interessadas em auxiliar a pessoa que apresenta o comportamento autoagressivo. “Qualquer pessoa lendo aquelas informações [do Guia], tendo um pouquinho de conhecimento, pode ajudar uma pessoa que está em risco de suicídio”, revela Josiane Medeiros. “O Guia vem colocando as falas de alerta, quais são os fatores de risco que eu posso identificar quando estou conversando com a pessoa, ou se tenho um familiar que está sempre recorrendo àquelas falas que são indício de que ele está em um nível de sofrimento muito grande e que uma das possibilidades que ele pode recorrer é o suicídio”, conta.

E para ajudar, nada melhor do que demonstrar real interesse e ter uma conversa franca e sem julgamentos, orientam os psicólogos. “O Guia destaca isso, que a principal forma de saber se uma pessoa está pensando em suicídio é perguntando dela, é tendo uma conversa franca com ela. Perguntando se ela pensa sobre morte, se ela está triste, se ela já marcou algum dia em que ela quer desaparecer, se ela já tentou alguma vez. As pessoas têm um receio muito grande de perguntar essas coisas por acreditar que isso vai dar a ideia, mas a literatura aponta que falar sobre o assunto ajuda a pessoa; porque reduz o nível de pensamento, porque está dando a ela o espaço de fala, mostra para ela que ela não está mais sozinha com todo aquele pensamento, com todo aquele desespero”, explica Vinícius Padilla, também psicólogo.

Os profissionais orientam cuidado na abordagem para que o objetivo de ajudar seja realmente efetivo. “Atitudes equivocadas ou errôneas podem fazer com que a pessoa pare ali, não dê mais continuidade em procurar ajuda, e passe a guardar tudo para si. Ela pode achar que o que ela está sentindo não importa para as outras pessoas”, alertam.

Segundo o documento, não há um fator único que leve alguém a atentar contra si mesmo, sendo algo muito subjetivo, já que a forma como lidamos com a dor e as frustrações da vida muda de pessoa para pessoa. “Os dados epidemiológicos apontam que o suicídio acontece em qualquer cultura, em qualquer faixa etária, em qualquer contexto social ou econômico, mas esses públicos, por toda a questão histórica, social, eles estão mais vulneráveis”, declaram os psicólogos, ao se referirem ao público de risco que são os estudantes, a população idosa, indígena, LGBT, os trabalhadores da segurança pública e a população carcerária. “Pode ser por questões emocionais, sociais, econômicas, um transtorno mental de base que a pessoa não procurou ajuda. Os dados apontam para esse contexto multifacetado”, afirmam.

Atendimento na Ufam

Disponível na versão digital, o Guia Informativo sobre a Prevenção do Suicídio está publicado na página do Daest. Além do documento, a equipe de psicólogos realiza às sextas-feiras, das 8h às 11h e das 14h às 16h, no Bloco 1 do ICB, 3º piso, o Plantão Psicológico voltado exclusivamente para os estudantes da Universidade. “Começamos o atendimento em março, no setor Sul. Ele surgiu pela necessidade de ouvir o estudante, de percebermos o sofrimento dele. A proposta não é a psicoterapia, mas estar lá para ouvir o aluno que está sofrendo, acalmá-lo, acolhê-lo, sem julgamentos e juízo de valor”, esclarecem os profissionais.

Já o Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) oferece atendimento psicológico aos servidores da Ufam, bastando solicitar o serviço na recepção do setor, informando nome e telefone, que será feito o agendamento.  

 

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